Caso Americanas pode ter impacto de até R$ 3 bilhões no Mercado de Seguros​

Caso Americanas pode ter impacto de até R$ 3 bilhões no Mercado de Seguros

Em matéria publicada nesta quinta-feira (19) o jornal Valor Econômico alerta que a aprovação de uma eventual recuperação judicial da Americanas pode ser o gatilho para indenizações de seguros da ordem de bilhões de reais. O autor da matéria, Sérgio Tauhata, ouviu fontes próximas às seguradoras e especialistas, segundo os quais, embora ainda não seja possível determinar com precisão o montante financeiro protegido, as estimativas indicam que as apólices detidas por fornecedores da rede teriam coberturas de até R$ 3 bilhões.

Entre os entrevistados está o CEO e fundador da CredRisk, Phillip Krinker, segundo o qual “a exposição do mercado de seguro de crédito à Americanas com certeza é mais de R$ 1 bilhão e pode chegar até R$ 3 bilhões”. Na visão dele, se a exposição alcançar o teto da estimativa, isso equivale a um desembolso de metade do que todo o setor pagou em indenizações para beneficiários de vítimas de covid-19 em apólices de vida desde março de 2020.

Sobre a possibilidade de exclusão de indenizações, quando há comprovação de fraude, Krinker salientou que esse tipo de desfecho não afetaria o pagamento de indenizações no seguro de crédito detido por fornecedores. “As apólices excluem fraude, mas se forem cometidas pelo segurado”, explicou o executivo.

Por sua vez, o diretor de risco de crédito da Allianz Trade Brasil, Felipe Tanus, informou em nota que a seguradora irá indenizar seus segurados. “Caso a negociação com os bancos seja bem sucedida, e que não recebamos atrasos nos compromissos com nossos clientes, devemos reavaliar nosso apetite frente a nova empresa após as devidas reclassificações e comprometimentos com o mercado.”, comentou.

O executivo frisou ainda que, em caso de um “efeito em cascata”, atingindo fornecedores menores da Americanas, espera um impacto controlável para a cadeia. Ele explicou que não há uma alta concentração de risco ao grupo. “O mercado deve reavaliar suas exposições e apetite a risco de forma mais ampla.”, pontuou.

Já o vice-presidente de riscos corporativos e sinistros da corretora e consultoria Alper, Ilan Kajan, disse que a eventual recuperação judicial da Americanas pode ser um dos maiores sinistros da história do mercado brasileiro causado por um único evento.

Kajan informou que, só na carteira da Alper há clientes que teriam R$ 200 milhões a receber em decorrência de um processo de recuperação judicial. Ele disse ainda que a seguradora com maior exposição em seguro de crédito no caso da Americanas “tem responsabilidade de cobertura sobre estimados R$ 1,2 bilhão, que podem se tornar se tornar sinistros se o cenário de RJ se concretizar”.

Para o CEO da MDS Brasil e gestor regional para as Américas da rede global Brokerslink, Ariel Couto, os cenários ainda são hipotéticos. “Na verdade, a gente não sabe se a Americanas vai pedir uma recuperação judicial ou não, mas isso seria um gatilho, porque recuperação judicial é um risco coberto pelas apólices”, disse Couto.

De acordo com Felipe Bastos, sócio do Veirano Advogados, o seguro de crédito também protege contra insolvência e atrasos no pagamento de uma fatura. Além disso, indenizações bilionárias cobrem apenas uma parte das dívidas totais. “As apólices não cobrem 100% do crédito, porque sempre tem participação obrigatória do segurado, como uma franquia, ou seja, ambos, seguradora e segurado, vão participar da perda”, salientou.

O texto da reportagem informa ainda que o deferimento de uma recuperação judicial por um juiz, visto como algo iminente, é condição prevista nos contratos como iniciadora de um sinistro no seguro de crédito. Neste caso, as seguradoras passam a ter um prazo de 30 dias para indenizar fornecedores que detêm apólices.

O jornal ouviu fornecedores da Americanas que pediram para não serem identificadas, segundo os quais as seguradoras chegaram a fechar totalmente a cobertura, mas, desde o início da semana, passaram a discutir com as indústrias uma divisão de risco. Caso os fornecedores queiram manter os limites de crédito para vendas à varejista, as companhias têm proposto que o risco seja dividido entre a indústria e o subscritor do seguro. O seguro de crédito é uma peça importante como garantia em operações de venda a prazo. Sem a proteção, as linhas podem ficar mais caras e escassas.

perspectiva de haver ou não uma concretização do sinistro de crédito, entretanto, ainda permanece nebulosa. A diretora de crédito e garantia da Marsh Brasil, Tatiana Moura, por exemplo, reforçou que “muita coisa ainda vai acontecer na negociação e não tem como prever”.

Além do seguro de crédito, também pode ser impactado o chamado “Directors and Officers”, ou D&O, que protege executivos contra processos, como trabalhistas, tributários, falimentares ou ainda investigações administrativas. O formulário de referência arquivado na Comissão de Valores Imobiliários (CVM) no fim de 2022 pela Americanas cita apenas uma apólice, emitida pela Zurich Minas Brasil, que tem limite máximo de R$ 50 milhões. Segundo o documento, o prêmio pago para a contratação alcançou R$ 883,5 mil.

Fonte: https://www.cqcs.com.br/noticia/caso-americanas-pode-ter-impacto-de-ate-r-3-bilhoes-no-mercado-de-seguros/?utm_source=whats&utm_medium=grupowhats&utm_campaign=bomdia

Buscando um Seguro sob medida? Precisa de uma ajuda para escolher a melhor solução?

Entre em contato agora com nosso time de seguros pelo seu Whatsapp.

Conheça nossos parceiros:

Agende já

a sua conversa.

Nossa equipe de especialistas atende com excelência as demandas dos nossos clientes a partir da oferta de produtos e serviços diferenciados.